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Mari Stockler e Marcus Wagner, Carol Jabor e Alberto Renault, Adriana Varejão, Regina Casé, Roque e Estevão Ciavatta e Fernanda Torres
Mari Stockler e Marcus Wagner, Carol Jabor e Alberto Renault, Adriana Varejão, Regina Casé, Roque e Estevão Ciavatta e Fernanda Torres || Créditos: Juliana Rezende
Mari Stockler e Marcus Wagner, Carol Jabor e Alberto Renault, Adriana Varejão, Regina Casé, Roque e Estevão Ciavatta e Fernanda Torres || Créditos: Juliana Rezende
Mari Stockler e Marcus Wagner, Carol Jabor e Alberto Renault, Adriana Varejão, Regina Casé, Roque e Estevão Ciavatta e Fernanda Torres || Créditos: Juliana Rezende

Por Michelle Licory

Foi na noite dessa quarta-feira o lançamento de “Letreiros”, de Mari Stockler e Marcus Wagner, na Livraria da Travessa de Ipanema, no Rio. Chovia canivete, e mesmo assim foi um sucesso. A publicação documenta letreiros icônicos – hoje já na categoria “retrô”- do comércio da cidade que resistiram bravamente em épocas de plotagem e fachadas modernosas. Três personalidades foram convidadas para escrever textos para o livro. “A Regina Casé foi porque ela anda pelas ruas e conhece todo mundo dessas lojas, a Daniela Thomas porque tem uma relação muito forte com a cidade, especialmente com a área do Lido, onde era a casa do pai dela, Ziraldo. E o Fausto Fawcett é um ser humado das ruas…”, nos explicou Mari.

“Vou lá todo dia, rezo com ela”

Com a palavra, Regina. “Acho que a Mari me convidou porque já faço isso informalmente. Sou uma memorialista compulsiva. A sapataria Santa Fé, por exemplo, na Galeria Menescal, em Copacabana… Todo ano eu compro pelo menos um sapato lá só por causa do medo de ela fechar. A papelaria Casa Reis, aqui em Ipanema, do seu Manoel e seu Arthur, que tem um jardim com areia e aquelas plantas de antigamente…  E a dona Guimar, uma senhora portuguesa da Flora Nossa Senhora de Fátima, no Leblon? Vou lá todo dia, rezo com ela…”

Sanduíche de lombinho com abacaxi

Fernanda Torres também foi buscar seu autógrafo. “O sentimento é de nostalgia. Adoro esses letreiros desses lugares tradicionais cariocas… Casas Turuna, essas drogarias todas… E o Cervantes [lanchonete de Copacabana]? Quem nunca comeu de madrugada um sanduíche de lombinho com abacaxi de lá não viveu. É um Rio de Janeiro até anterior a mim. A arquitetura foi ficando muito pós-moderna, meio de plástico. No livro aparece o velho Rio”. A cineasta Carol Jabor era outra na fila por uma dedicatória. “Esse trabalho traz de volta um olhar que as pessoas estão perdendo e recupera registros da nossa memória. É uma viagem nesse universo que se banalizou muito. Importante saber como as coisas eram durante muito tempo. Muitos desses letreiros permanecem no nosso imaginário”.

“Eles não sabiam que aquele letreiro tinha valor”

O artista plástico Ernesto Neto também deu sua opinião. “A gente está mesmo em uma decadência muito grande com o avanço da tecnologia. Perdemos a individualidade, a personalidade. Lembro muito do letreiro da loja de brinquedo Circus. O Wagner me contou que entrou lá para perguntar por que eles tinham trocado a fachada, que todo mundo adorava… A mulher respondeu pra ele que já era a quinta pessoa a falar aquilo, mas que eles não sabiam que aquele letreiro tinha valor. De qualquer forma, eu acho que vamos ter um movimento de volta mais pra frente e a humanidade vai ficar mais calma, tranquila”. Adriana Varejão completou: “Toda vez que passo por uma loja e vejo a plotagem sendo disseminada me dá uma tristeza. Um letreiro que eu adorava? Da sapataria Polar, que tinha em Copacabana e perto da minha casa, no Leblon. Coisa de criança…”

Diário de um banana

E de repente, o lançamento virou um encontro de amigas. Antonio, o caçula de Fernanda, chegou com roupa de capoeira. O menino está lindo, com o cabelo compridinho, e foi brincar com as duas meninas de Mari, umas graças também, muito interessadas nos livros e CDs do acervo da Travessa – descobrimos que elas, tão novinhas, são fãs de Cassia Eller. “Antonio tem preguiça de ler. Pede pra eu ler pra ele. Gosta do ‘Diário de um Banana’. Agora eu comprei ‘Viagem ao Centro da Terra’ em quadrinhos”, contava Fernanda. Então Carol comentou: “Ah, o Bento [seu filho com Guel Arraes] agora só quer ler Calvin”. “O Joaquim já acorda 6h30 da manhã avisando que teve bomba na Bélgica”, devolveu Fernanda, orgulhosa de seu mais velho.

“Quero ter outro filho só pra ter esse carrinho”

Aí chegou Monica Almeida, diretora do programa “Esquenta”, com sua bebezinha em um carrinho desses bem modernos. “Quero ter outro filho só pra ter esse carrinho. O problema aqui é que a filha da Monica não pode me ver porque fiz uma careta outro dia e ela ficou com medo”, confessava Fernanda, que acabou se distraindo e… “Cadê minha bolsa? Não dá pra confiar em ninguém hoje em dia”. A bolsa estava no mesmo lugar que ela deixou – graças a Deus. “A Cecilia desistiu de fazer balé no Municipal e está querendo ir dançar na sua companhia”, avisou Mari para Deborah Colker, outra amiga por lá. Quem mais foi? Fernanda Montenegro, Isabela Capeto, Pedro Buarque de Hollanda, Estevão Ciavatta e o pequeno Roque, Vik Muniz, Oskar Metsavaht, Dado Villa Lobos, Zaza Piereck e Cello Macedo… Vem ver tudo o que rolou aqui embaixo, na nossa galeria de fotos!

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